Teatro

O Corpo no tempo-espaço
A arte é o lugar onde o homem se manifesta. Como uma arte, o teatro carrega uma fascinante característica: nele o meio de comunicação utilizado é o próprio corpo do artista. Por isso, Luis Otavio Burnier, do grupo Lume, denominou o teatro como “arte do ator”.
É certo que o ator também te lugar fundamental em outras artes como o cinema e a teledramaturgia, porém o teatro tem um importante diferencial, a cena teatral não apresenta nenhum aparelho intermediário entre a ação do ator e a fruição do espectador.
O cinema, imbatível no registro e reprodução de lindas imagens de paisagens em movimento, possui o efeito de direcionar a atenção da platéia para onde o diretor pretender. O foco amplia ou diminui detalhes de acordo com a coerência da cena. Neste lugar, a ação do ator é muitas vezes construída a partir da movimentação da câmera e do uso do microfone. Com algumas diferenças,ma televisão também tem os seus meios de produção de imagem que “maqueiam,” o trabalho do ator.
Bom, mas voltando ao nosso velho e bom teatro. Ao contrario dos seus irmãos mais novos (cinema e teledramaturgia), o teatro desnuda o trabalho do ator. E isso é muito positivo quando percebemos que é nesta arte que o ator carrega mais autonomia e autoria da sua capacidade expressiva. Em outras palavras, a cena teatral é o local onde o ator é o agente que conduz o seu próprio trabalho para o publico ao qual se dirige, utilizando a maneira que lhe for preferível.
Maravilhoso! Mas (opa!), isso também quer dizer que no teatro o ator carrega mais responsabilidades pela sua obra. Qual o problema em se assumir mais responsabilidades? O bom ator não vê nisto um martírio e aproveita deste poder de ação. É... Maravilhoso duas vezes.
Como então utilizar bem dessa vantagem? Assim como todo bom profissional, o ator exemplar procura entender o funcionamento de sua arte e dominar a linguagem na qual vai atuar.
Para aqueles que querem ser bons atores uma dica: o teatro é a arte do corpo no tempo-espaço! Enquanto o pintor usa uma tela branca para desenhar figuras com suas tintas coloridas, o ator usa o (gestos) e a sua voz (fala ou canto).
Atenção: muito cuidado com este “desenho”. No teatro não possuímos o foco do cinema que amplia a lagrima do interprete e a sua respiração. E a platéia precisa conseguir captar o essencial de forma clara e objetiva. Assim, o ator, em teatro, deve conduzir as emoções e todas as informações para seus músculos, seus gestos, sua voz. Por isso, não tenha receios. Amplie sua expressividade, coloque verdade e energia em cada ação. Isso vale principalmente para nós que cismamos de brincar de fazer teatro na rua.
É certo: a dor virá a cabeça poderá esquentar, o cansaço insistirá em nos incomodar. Mas valerá à pena transportar o publico pelas nossas historias, modificando um pouco o jeitão duro da nossa cura realidade e colocando poesia em assuntos que, às vezes, são tão difíceis de serem tratados.
Boa sorte na sua jornada!

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